Significa isto que, dentro de 14 anos, os construtores de automóveis só poderão vender nos 27 países que compõem o bloco veículos zero emissões, sejam eles impulsionados pela electricidade acumulada em baterias ou gerada a bordo com recurso a células de combustível a hidrogénio. Os carros a gasolina e a gasóleo, mesmo com alguma componente de electrificação (híbridos ligeiros/mild hybrid, híbridos e híbridos plug-in), estão sentenciados de morte na proposta que está em cima da mesa. Segundo a Reuters, as medidas previstas no novo documento elaborado pela Comissão Europeia ainda terão de ser discutidas e aprovadas no Parlamento Europeu, processo que poderá demorar até dois anos.
As metas pró-ambiente são revistas e robustecidas em matéria de emissões. Era suposto que, em 2030, as emissões de dióxido de carbono dos automóveis baixassem 37,5% face aos valores de 2021, mas a Comissão propõe agora um corte de 55%. Citada pela referida agência, a presidente do Climate Group, uma organização não governamental que trabalha para combater as alterações climáticas, saúda a decisão:
"Portugal assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, sendo a descarbonização da mobilidade e dos transportes uma das principais linhas de ação para atingir este objetivo. Consciente de que o esforço de descarbonização da sociedade deve iniciar -se desde já, o Plano Nacional Energia e Clima 2030 estabelece metas ambiciosas de descarbonização, incluindo uma redução de 40 % das emissões de gases de efeito de estufa do setor dos transportes, prosseguindo uma mobilidade sustentável."
"O sector dos transportes, onde se destacam os veículos automóveis, é um dos maiores emissores de gases nocivos para a atmosfera, o que os torna um dos temas incontornáveis na cimeira do clima que se realiza em Glasgow, na Escócia. Nesta quarta-feira foi anunciado na COP26 um compromisso para acelerar a transição para emissões zero de veículos automóveis, mas cuja adesão se apresenta como modesta (...) Volkswagen, Toyota, Renault-Nissan e Hyundai-Kia. Algumas destas marcas já definiram objectivos próprios de transição ambiental.
Para ajudar a compensar a falta de mais países, há a adesão de diversas cidades e regiões, sendo que o compromisso reúne também diversos investidores da indústria automóvel, grupos que operam com grandes frotas (como a Uber e a Ikea, numa lista onde está também a EDP) e companhias de leasing.
A lista de países também não inclui grandes mercados como a Alemanha, nem diversos países da União Europeia (Portugal foi um dos que não rubricaram, tal como muitos outros, ao contrário dos Países Baixos ou da Polónia). Neste caso, no entanto, a Comissão Europeia já afirmou, em Julho, que a partir de 2035, todos os veículos que saírem da linha de montagem para circular no espaço europeu terão de cumprir um limite zero para as emissões de CO2.
Os compromissos assumidos nesta quarta-feira variam conforme a tipologia de grupo em causa. Por parte dos países desenvolvidos, o objectivo é o de trabalhar para que todas as vendas de novos carros, ligeiros, comerciais e colectivos, tenham emissões zero até 2040 ou antes, e não mais tarde do que 2035 nos mercados líderes.
Os fabricantes automóveis dizem que vão trabalhar para chegar ao objectivo de ter 100% de novos veículos com emissões zero nos mercados líderes em 2035 ou antes, e os donos de frotas colocam objectivo em 2030 ou antes nos mercados em que isso for possível.
Do lado dos ambientalistas, o grupo Transporte e Ambiente (T&E), a que a associação ambientalista portuguesa Zero pertence, considera que as promessas contidas no compromisso hoje anunciado têm de ser convertidas em legislação. “Com a China, EUA, Alemanha e França ausentes, vai ser necessário mais do que uma declaração não-vinculativa para limpar a maior fonte de poluição dos transportes”, defende a T&E.
Para Francisco Ferreira, dirigente da Zero, para que a meta de 2035 seja atingida é também necessário que “os carros eléctricos sejam acessíveis a todas as classes de rendimento”. Este responsável diz ainda que a lei do clima de Portugal, aprovada semana passada no Parlamento, “infelizmente, só defende fim de venda dos 100% a combustíveis fósseis, deixando que veículos a gasóleo e gasolina híbridos plug-in possam continuar a ser vendidos"
• binário constante e disponível de imediato;
• ruído reduzido;
• excelente desempenho;
• combinação de funcionalidades inovadoras;
• menores custos de combustível e manutenção.
Em geral, os consumidores que optam por veículos eléctricos têm orgulho no contributo que dão para que tenhamos um planeta melhor e mais saudável.
Com um veículo eléctrico não há necessidade de combustíveis líquidos ou mudanças de óleo. De facto, os custos de manutenção associados ao motor de combustão interna são eliminados.
Considerando as emissões globais, ou seja, as emissões do veículo em andamento e aquelas que ocorrem da produção de energia que os abastece, um veículo eléctrico tem um melhor desempenho ambiental. Mesmo que seja alimentado por energia exclusivamente gerada por carvão (a fonte mais poluente).
As emissões globais produzidas são menores e o momento em que são produzidas, também conta. De facto, genericamente, um veículo movido a gasolina/gasóleo emite poluentes durante o horário de ponta de condução no meio da cidade e, no caso dos veículos eléctricos as emissões resultantes do processo de produção de energia nas centrais ocorre sobretudo em horários off-peak (por exemplo, à noite, se o utilizador carregar em casa).
A electricidade necessária para carregar as baterias dos veículos eléctricos pode ser proveniente de várias fontes. Designadamente, fontes de baixa emissão, como gás natural e fontes de zero emissões, como a eólica, solar e hídrica.
O utilizador de veículos eléctricos contribui para a melhoria ambiental do ar que respiramos e para a redução da emissão de gases de efeito de estufa ao mesmo tempo que contribui para a diminuição da dependência energética do país.